Na sexta-feira, 25 de agosto, os Estados Unidos classificaram o Cartel de los Soles como uma "organização terrorista global", atribuindo a liderança do grupo ao presidente venezuelano Nicolás Maduro. A decisão foi anunciada pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac) do Tesouro americano, que também impôs sanções adicionais a membros do regime chavista. Segundo as autoridades dos EUA, o cartel mantém laços com organizações criminosas, como o Tren de Aragua e o cartel de Sinaloa, e fornece "apoio material" a essas facções, que também foram rotuladas como terroristas.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, destacou que a ação expõe a facilitação do regime de Maduro ao narcoterrorismo. Dois dias após o anúncio, o secretário de Estado Marco Rubio reiterou as acusações, afirmando que Maduro não é o presidente legítimo da Venezuela e que lidera uma organização narcoterrorista que controla o país. Essas declarações surgem em um contexto em que Maduro mencionou a possibilidade de retomada das operações da Chevron no país, embora a informação não tenha sido confirmada por Washington.
No dia seguinte às declarações de Rubio, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), sob a liderança de Maduro, obteve vitória em 285 das 335 prefeituras nas eleições municipais, que ocorreram no aniversário de um ano da reeleição presidencial de Maduro, não reconhecida pelos EUA e por parte da comunidade internacional. O comparecimento às urnas foi estimado em 44%, com a oposição tradicional boicotando o pleito. A líder opositora María Corina Machado contestou os resultados, afirmando que a alta abstenção reflete a rejeição ao governo de Maduro.