O governo dos Estados Unidos publicou um memorando nesta terça-feira (30) que classifica o Brasil como uma ameaça à segurança nacional, citando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por abusos contra opositores e cidadãos americanos. O documento fundamenta a ordem executiva do presidente Donald Trump, que eleva a tarifa sobre produtos brasileiros para 50%. A medida foi comunicada ao presidente Lula em uma carta anterior.
A ordem executiva, que utiliza a lei de emergência econômica internacional (IEEPA), justifica a imposição da tarifa adicional de 40% como resposta a ações do governo brasileiro que, segundo os EUA, representam uma ameaça extraordinária à segurança e economia do país. O texto também menciona a interferência na liberdade de expressão e na política externa americana como razões para a sanção.
Além disso, o memorando critica a perseguição política e a censura a opositores, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, classificando essas ações como graves abusos de direitos humanos. O governo Trump alega que o Judiciário brasileiro, sob a influência de Moraes, tem coagiado empresas americanas a censurar discursos políticos e a entregar dados sensíveis de usuários, o que, segundo a Casa Branca, compromete os direitos dos cidadãos dos EUA.
O ministro Alexandre de Moraes é especificamente mencionado como responsável por abusos de autoridade, com o texto indicando que as sanções podem afetar não apenas Moraes, mas também outros membros do STF. A medida sinaliza uma escalada nas tensões entre os dois países, com implicações significativas para as relações comerciais e diplomáticas futuras.