O sistema de pagamentos Pix, criado pelo Banco Central do Brasil, foi mencionado indiretamente em uma nova investigação comercial aberta pelo governo dos Estados Unidos. O Escritório da Representação Comercial dos EUA (USTR) alega que o Brasil está adotando práticas desleais em relação aos serviços de pagamento eletrônico, favorecendo soluções desenvolvidas pelo governo, como o Pix, que se tornou dominante no mercado nacional.
A crítica dos EUA se baseia na decisão do Banco Central de barrar o lançamento do WhatsApp Pay em 2020, um serviço que poderia ter introduzido pagamentos diretamente em um aplicativo de mensagens. A suspensão, que durou meses, foi vista como uma medida para proteger o desenvolvimento do Pix, que na época estava em fase inicial. Quando o WhatsApp Pay foi finalmente liberado em 2021, o Pix já havia conquistado uma ampla adoção no Brasil, reduzindo a concorrência.
Além do Pix, a investigação dos EUA também reflete um contexto mais amplo de tensões entre o governo brasileiro e o setor de tecnologia americano, incluindo decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a responsabilidade das plataformas digitais. Autoridades brasileiras acreditam que a inclusão do Pix nas investigações pode ter sido influenciada por lobby de grandes bandeiras de cartão de crédito, como Mastercard e Visa, e afirmam que a situação não deve avançar.
Essa nova ofensiva contra o sistema de pagamentos brasileiro ocorre em um momento em que as relações comerciais entre os dois países estão sob escrutínio, levantando questões sobre a soberania digital e as regulamentações no setor tecnológico.