O governo dos Estados Unidos anunciou na noite de sexta-feira (19/7) o cancelamento dos vistos de entrada do ministro Alexandre de Moraes e de outros sete ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), além de seus familiares. A medida ocorre após uma operação da Polícia Federal (PF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e é considerada uma retaliação à decisão de Moraes que impôs o uso de tornozeleira eletrônica ao ex-mandatário.
O anúncio foi feito pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, através de uma publicação na rede social X. Segundo o comunicado, as pessoas afetadas foram identificadas como possivelmente responsáveis por ações que poderiam ter consequências adversas para a política externa dos Estados Unidos.
Os ministros atingidos incluem Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Gilmar Mendes. A decisão gerou reações imediatas em Brasília, com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, chamando a medida de uma afronta ao Poder Judiciário e à soberania nacional. O STF ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto.
Esse episódio intensifica a crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, refletindo o crescente envolvimento de atores internacionais nas questões políticas internas brasileiras, especialmente em relação ao legado bolsonarista.