Os Estados Unidos manifestaram interesse em adquirir minerais estratégicos do Brasil, como lítio e nióbio, em reunião realizada na quarta-feira (23) entre o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, e representantes do Instituto Brasileiro de Mineração. A demanda ocorre em um contexto de pressão tarifária imposta pelo presidente Donald Trump, que busca fortalecer laços comerciais com o Brasil.
Durante o encontro, Escobar destacou a necessidade de acordos que facilitem a aquisição desses recursos, essenciais para a indústria tecnológica e militar. O diretor-presidente do Instituto, Raul Jungmann, enfatizou que qualquer negociação deve envolver o governo federal, uma vez que a Constituição brasileira determina que os minerais são propriedade da União.
O interesse dos EUA por terras raras não é novidade; o país tem buscado garantir acesso a esses recursos em diversas regiões do mundo, incluindo a Groenlândia e a Ucrânia. Especialistas apontam que o Brasil possui a segunda maior reserva de terras raras do planeta, com cerca de 21 milhões de toneladas, mas atualmente responde por apenas 1% da produção global.
O governo brasileiro ainda não recebeu contato direto dos EUA sobre o assunto, e a informação foi transmitida apenas através do Instituto de Mineração. Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou a importância da soberania nacional em relação aos recursos minerais durante um evento em Minas Gerais.