Os Estados Unidos arrecadaram mais de US$ 87 bilhões em receitas tarifárias nos primeiros seis meses de 2025, superando os US$ 79 bilhões coletados durante todo o ano de 2024, conforme dados do Departamento do Tesouro dos EUA. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (30) pela AFP, destacando a política comercial agressiva do presidente Donald Trump desde sua reeleição em janeiro deste ano.
Trump implementou tarifas de 10% sobre importações de diversos países, tanto aliados quanto rivais, e anunciou um aumento dessas taxas a partir de 1º de agosto, com cobranças mais elevadas em setores estratégicos como aço, alumínio e automóveis. A medida visa estimular a indústria americana e reduzir o déficit comercial, mas tem gerado preocupações entre parceiros comerciais e especialistas sobre uma possível escalada de tensões econômicas globais.
Recentemente, o presidente enviou cartas a líderes de 25 países, incluindo o Brasil, informando sobre tarifas que podem variar de 20% a 50% sobre produtos importados, caso não sejam firmados acordos comerciais. O Brasil foi destacado com a maior tarifa, que chega a 50%, e a Casa Branca justificou a medida como uma resposta a ações do governo brasileiro que, segundo o comunicado, representam uma ameaça à segurança nacional e à economia dos EUA.
Além disso, Trump assinou uma ordem executiva que impõe uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, que entra em vigor em 6 de agosto. A Casa Branca alega que essa decisão é motivada por abusos de direitos humanos e pela perseguição política no Brasil, citando especificamente ações do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra opositores políticos e empresas americanas. A medida inclui uma lista de exceções com 700 itens, mas a situação continua a gerar apreensão no cenário internacional.