Os Estados Unidos anunciaram a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, conforme uma carta enviada pelo presidente Donald Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última quarta-feira (9). A decisão ocorre em um momento em que o Brasil registrava recordes de exportações para os EUA, totalizando US$ 16,7 bilhões nos primeiros cinco meses de 2023, um aumento de 5% em relação ao ano anterior. O setor industrial brasileiro, que inclui empresas como a Embraer, expressa preocupação com os impactos dessa medida sobre o comércio bilateral.
A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) destacou que, apesar das tarifas já em vigor desde abril, as exportações brasileiras continuaram a crescer, reforçando o papel dos EUA como principal destino dos bens industrializados do Brasil. No entanto, o governo brasileiro já sinalizou a intenção de retaliar, o que poderia desencadear uma guerra comercial entre os países, com Trump alertando que novas tarifas americanas poderiam ser impostas em resposta.
Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelam que, em 2024, cada R$ 1 bilhão exportado para os EUA gerou 24,3 mil empregos no Brasil. Entre janeiro e maio deste ano, 79% das exportações brasileiras para os EUA foram de bens industriais, incluindo produtos de alto valor agregado como aeronaves e alimentos processados. A Amcham Brasil acredita que, apesar das ameaças tarifárias, a competitividade dos produtos brasileiros deve se manter no mercado americano, embora o cenário de incertezas possa afetar a relação comercial entre os dois países.