Os Estados Unidos informaram nesta terça-feira, 22, que se retirarão da Unesco, a agência educacional, científica e cultural da ONU, alegando que a participação não atende aos interesses nacionais e que a organização promove discursos anti-Israel. A decisão ocorre dois anos após o retorno dos EUA à agência, que havia sido abandonada em 2018 durante o governo Donald Trump.
O Departamento de Estado dos EUA declarou que a saída terá efeito no final do próximo ano, refletindo a desconfiança do governo em relação ao multilateralismo. A porta-voz Tammy Bruce afirmou que a continuidade na Unesco não é do interesse nacional, acusando a organização de promover causas divisivas e de ter um foco excessivo em uma agenda globalista.
Esta será a terceira vez que os EUA se retiram da Unesco, com a última adesão ocorrendo em 2023 sob a administração de Joe Biden. A Unesco, conhecida por designar locais do Patrimônio Mundial e por seus programas educacionais, já enfrentou cortes de financiamento anteriores, especialmente após a inclusão da Palestina como membro pleno em 2011, o que levou os EUA a suspenderem o apoio financeiro.
A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, lamentou a decisão dos EUA, mas afirmou que a agência estava preparada para tal desfecho. Ela negou as alegações de preconceito anti-Israel e ressaltou que a Unesco tem trabalhado ativamente na educação sobre o Holocausto e na luta contra o antissemitismo.