O governo dos Estados Unidos anunciou a abertura de uma investigação comercial que inclui a análise do sistema de pagamento instantâneo brasileiro, o Pix. A decisão foi tomada dias após a imposição de uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente Donald Trump. A investigação abrange temas como desmatamento ilegal, fiscalização anticorrupção e proteção à propriedade intelectual, mas o foco no Pix gerou grande repercussão no Brasil.
Criado pelo Banco Central em novembro de 2020, o Pix se tornou o meio de pagamento mais utilizado no país, com 76,4% da população utilizando o sistema, segundo pesquisa de dezembro de 2024. Até junho de 2025, o Pix contava com 165,8 milhões de usuários, incluindo 151,8 milhões de pessoas físicas. Em julho de 2025, o sistema registrou um recorde de 220 milhões de transações e R$ 119,4 bilhões em transferências em um único dia.
A investigação dos EUA se dá em um contexto em que o Pix começa a ser aceito internacionalmente, incluindo em países como Portugal e Argentina, e em estabelecimentos comerciais nos Estados Unidos. A facilidade de uso do sistema por turistas brasileiros gera preocupações entre as grandes empresas de tecnologia e bandeiras de cartões de crédito americanos, além de receios sobre a criação de um Pix internacional, que poderia desafiar a hegemonia do dólar.
A situação se agrava em meio a discussões sobre a promoção de uma ordem econômica mais justa, conforme defendido na XVII Cúpula do Brics, realizada recentemente no Rio de Janeiro. O futuro do Pix no cenário internacional e as possíveis reações do governo americano ainda são incertos, mas a investigação sinaliza um novo capítulo nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos.