O governo dos Estados Unidos, sob a liderança do presidente Donald Trump, iniciou uma investigação formal contra o Brasil por práticas comerciais consideradas injustas e discriminatórias. O processo foi oficialmente aberto na terça-feira, 15 de agosto, e será publicado no Federal Register na próxima sexta-feira, 18 de agosto. A investigação visa examinar como essas práticas estão restringindo o comércio com empresas americanas.
O Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) alega que o Brasil concede tarifas preferenciais a países como Índia e México, enquanto impõe tarifas mais elevadas a produtos americanos. A investigação destaca que veículos do México entram no Brasil sem tarifas, enquanto os similares dos EUA enfrentam taxas que variam entre 14% e 35%. Além disso, o documento critica a falta de combate à corrupção no Brasil, mencionando acordos opacos de leniência e decisões do Supremo Tribunal Federal que anularam condenações por lavagem de dinheiro.
Outro ponto de preocupação é a proteção à propriedade intelectual, com o USTR citando a rua 25 de Março, em São Paulo, como um dos maiores mercados de produtos falsificados, sem punições efetivas para coibir essas práticas. A investigação também questiona o acesso ao mercado de etanol, afirmando que o Brasil reverteu tarifas que anteriormente permitiam um comércio livre, resultando em uma drástica queda nas exportações americanas de etanol.
Por fim, a USTR aponta que produtores brasileiros de soja e milho estariam utilizando terras desmatadas ilegalmente, o que gera uma vantagem competitiva injusta em relação aos agricultores americanos. A audiência pública sobre o tema está agendada para os dias 3 e 4 de setembro, onde serão discutidos os detalhes da investigação e suas implicações comerciais.