O governo dos Estados Unidos, sob a direção do presidente Donald Trump, iniciou uma investigação formal contra o Brasil por práticas comerciais que considera injustas e discriminatórias. O processo, que visa restringir ou onerar o comércio com empresas americanas, foi oficialmente aberto na terça-feira, 15 de agosto, e será publicado no Federal Register, o diário oficial americano, na sexta-feira, 18 de agosto.
O Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) aponta que o Brasil concede tarifas preferenciais a países como Índia e México, enquanto impõe tarifas elevadas a produtos americanos. A investigação destaca que veículos do México entram no Brasil sem tarifas, enquanto os similares dos EUA enfrentam taxas que variam de 14% a 35%. Além disso, o documento critica a proteção à propriedade intelectual no Brasil, citando a rua 25 de Março, em São Paulo, como um dos maiores mercados de produtos falsificados.
Outro ponto levantado é a recente mudança nas tarifas de etanol, que, segundo os EUA, resultou em uma queda drástica nas exportações americanas, de US$ 761 milhões em 2018 para apenas US$ 53 milhões em 2024. A USTR também menciona a utilização de terras ilegalmente desmatadas por produtores brasileiros de soja e milho, o que estaria favorecendo esses agricultores em relação aos americanos.
Para discutir as alegações, a USTR anunciou a realização de uma audiência pública nos dias 3 e 4 de setembro. A investigação reflete preocupações mais amplas sobre a concorrência desleal e a corrupção no comércio internacional entre os dois países.