O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta terça-feira (15), a abertura de uma investigação comercial contra o Brasil, focando em alegações de falhas na proteção de direitos de propriedade intelectual e práticas comerciais injustas. A ordem foi emitida pelo presidente Donald Trump e formalizada pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR).
A investigação surge em um contexto de crescente tensão comercial e diplomática entre os dois países, exacerbada pela recente decisão do STF de manter condenações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que Trump criticou como uma "perseguição política". Um dos principais alvos é a Rua 25 de Março, em São Paulo, considerada um dos maiores mercados de produtos falsificados do mundo, onde o USTR afirma que o Brasil não tem conseguido combater a venda de itens piratas de forma eficaz.
O relatório do USTR destaca que o centro comercial paulista abriga mais de mil lojas que vendem produtos falsificados, incluindo eletrônicos e vestuário, e menciona outros locais como shoppings e galerias que também atuam na revenda. Além da pirataria, a investigação abrange preocupações sobre comércio digital, tarifas preferenciais, anticorrupção, etanol e desmatamento ilegal, que podem resultar em novas medidas comerciais contra o Brasil, incluindo tarifas já anunciadas por Trump sobre produtos brasileiros.