Na quinta-feira, 3 de outubro, a Polícia Civil de São Paulo deflagrou uma operação que resultou no cumprimento de 22 mandados de busca e apreensão e 9 de internação de adolescentes suspeitos de crimes sexuais virtuais em seis estados e no Distrito Federal. As investigações revelaram que meninas eram forçadas a praticar atos de automutilação e a se submeter a abusos sexuais transmitidos ao vivo pela internet, resultando em graves consequências psicológicas para as vítimas.
As mudanças na legislação, especialmente as alterações no Código Penal em 2009, definiram o estupro como qualquer ato de constrangimento sexual, mesmo sem contato físico direto. Em fevereiro de 2021, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reforçou essa interpretação ao negar um habeas corpus a um condenado por estupro de vulnerável, afirmando que a prática de atos libidinosos via meios eletrônicos é suficiente para caracterizar o crime.
Os casos recentes de estupro virtual, que incluem ameaças de divulgação de vídeos íntimos e constrangimentos online, evidenciam a gravidade do problema. Muitas vítimas, em sua maioria adolescentes, enfrentam sérios danos emocionais e, em alguns casos, tentativas de suicídio devido às chantagens e humilhações sofridas. A operação da Polícia Civil visa desmantelar essas redes de abuso e proteger as vítimas, que muitas vezes não têm o apoio de suas famílias para denunciar os agressores.