Pesquisas recentes desmistificam a antiga teoria do 'útero errante', que sugeria que o deslocamento do órgão poderia causar uma série de problemas de saúde nas mulheres. A crença, que remonta a séculos, afirmava que o útero vagava pelo corpo, pressionando órgãos como fígado e pulmões, e gerando sintomas como dispneia e angústia emocional, diagnosticados como 'histeria'. No entanto, estudos modernos demonstram que a mobilidade do útero é, na verdade, essencial para a saúde pélvica e a fertilidade.
O útero, que se localiza entre a bexiga e o reto, é sustentado por ligamentos que permitem sua movimentação, podendo estar em diferentes posições, como anteversão ou retroversão. Essas variações são normais e influenciam a experiência de dor menstrual e outras condições. Por exemplo, mulheres com útero retrovertido podem sentir desconforto na região lombar, enquanto aquelas com anteversão podem ter maior pressão na bexiga, especialmente durante a gravidez.
Além disso, a mobilidade do útero é crucial durante a ovulação e o parto. Durante a excitação sexual, o órgão se eleva, e durante o parto, contrai-se para ajudar na expulsão do feto. A pesquisa também revela que as trompas de Falópio desempenham um papel ativo na captura do óvulo, movendo-se para encontrá-lo, desafiando a ideia de que o útero poderia vagar livremente pelo corpo. Essas descobertas ressaltam a importância de compreender a anatomia feminina de forma precisa e atualizada.