Um estudo publicado na revista Nature Medicine destaca que fatores como poluição, corrupção e desigualdade social podem acelerar o envelhecimento da população. A economista Adriana Pereira de Sousa, professora da Universidade Estadual de Goiás (UEG), analisou os dados da pesquisa, que envolveu mais de 160 mil pessoas em 40 países, incluindo o Brasil. Segundo ela, a pesquisa revela que viver em contextos de alta desigualdade e com serviços públicos frágeis aumenta o risco de demência e doenças crônicas.
Adriana enfatiza que o envelhecimento não é apenas uma questão genética, mas também social e ambiental. A pesquisa indica que pessoas em situação de vulnerabilidade, como aquelas com baixa escolaridade e acesso limitado à saúde, não só vivem menos, mas envelhecem mais rapidamente. Além disso, a desigualdade no envelhecimento é acentuada por fatores como renda e acesso a serviços de saúde, que variam entre regiões urbanas e rurais.
Outro ponto destacado pela especialista é a disparidade entre gêneros e raças. Embora as mulheres vivam mais, elas frequentemente recebem menos benefícios devido a interrupções em suas carreiras. Já as pessoas negras enfrentam maior risco de doenças crônicas. A pesquisa sugere que o envelhecimento da população não apenas reflete, mas também agrava as desigualdades sociais, pressionando os sistemas de saúde e previdência.
Em Goiás, estima-se que, até 2035, a população com 60 anos ou mais alcance 15,4% do total do estado, um percentual inferior ao nacional de 23%. A desigualdade regional em Goiás, com melhores condições de saúde na capital em comparação ao interior, pode intensificar os desafios relacionados ao envelhecimento da população, conforme alerta Adriana Pereira.