Um estudo internacional publicado em junho na revista científica Lancet analisou o custo potencial de uma versão genérica do lenacapavir, um novo medicamento revolucionário na prevenção do HIV. Atualmente, o tratamento, comercializado pela biofarmacêutica Gilead, custa US$ 25,3 mil por pessoa ao ano, podendo chegar a US$ 44,8 mil em algumas circunstâncias. No entanto, a pesquisa indica que, se produzido por outros laboratórios, o custo poderia variar entre US$ 25 e US$ 47 por ano.
Os autores do estudo estimam que, se entre 5 a 10 milhões de pessoas utilizarem o lenacapavir anualmente, o custo de produção poderia cair para apenas US$ 25 por pessoa. Contudo, a viabilidade da produção de versões genéricas depende de uma série de fatores técnicos, regulatórios e financeiros, como a autorização para fabricação nos países e a capacidade dos fabricantes de atender a rigorosos padrões de qualidade.
O lenacapavir, aprovado em junho pela FDA, é uma nova opção de profilaxia pré-exposição (PrEP) contra o HIV, com eficácia de 99,9%. O medicamento, que requer apenas duas doses anuais, representa um avanço significativo em relação à PrEP oral atualmente disponível no Brasil, que exige uso diário. Além disso, o estudo aponta que a produção do lenacapavir teria um impacto ambiental menor, necessitando de menos insumos e gerando menos emissões de carbono em comparação com a PrEP oral.