Um levantamento do Instituto Data Favela, divulgado nesta sexta-feira (18), revela que 17 milhões de brasileiros residem em favelas, gerando um consumo superior ao de 22 estados do país. As favelas movimentam anualmente mais de R$ 300 bilhões, refletindo a importância econômica desses territórios. A pesquisa, que ouviu 16,5 mil pessoas em 12,3 mil favelas, representa 8% dos lares brasileiros, abrigando uma população equivalente à do estado do Rio de Janeiro.
Os dados mostram que 80% dos entrevistados buscam adquirir bens que não tiveram na juventude, enquanto 85% se orgulham de conquistar algo por meio do esforço. A autoimagem é uma preocupação significativa, com 77% dos moradores se importando com a aparência e 63% buscando dicas de beleza nas redes sociais. Além disso, 94% dos participantes expressam orgulho de viver nas favelas, destacando a solidariedade entre os moradores.
Heliópolis e Paraisópolis, as maiores favelas de São Paulo, são exemplos de transformação e potencial econômico, com mais de 114 mil habitantes. Esses locais se destacam por seus centros de comércio ativo e uma juventude engajada em educação e empreendedorismo. Celso Athayde, fundador da CUFA, enfatiza a importância de valorizar as iniciativas locais para o desenvolvimento social e econômico.
Histórias de superação, como a de Gema Soto Blackmann, uma venezuelana que abriu um restaurante em São Paulo após encontrar acolhimento nas periferias, ilustram o potencial empreendedor das comunidades. "Fomos acolhidas por mulheres faveladas que nos deram coragem para empreender", relata Gema, evidenciando a força e a resiliência dos moradores de favelas brasileiras.