Um levantamento do Instituto Trata Brasil, divulgado nesta terça-feira (15), aponta que apenas 12 dos municípios mais populosos do Brasil investem acima da média considerada ideal para a universalização dos serviços de água e esgoto. O estudo, realizado em parceria com a consultoria GO Associados, utiliza dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2023 e revela que o investimento médio necessário para alcançar a universalização é de R$ 223 por habitante por ano.
Entre as cidades que se destacam pelo investimento estão Campinas (SP), Limeira (SP) e Niterói (RJ), enquanto os piores colocados incluem Bauru (SP) e Recife (PE), com muitos deles apresentando investimentos significativamente abaixo do ideal. O estudo destaca que, entre os 20 melhores municípios, o investimento médio foi de R$ 176,39 por habitante, enquanto os 20 piores investiram apenas R$ 78,40, evidenciando a urgência de ações por parte dos gestores públicos.
Além disso, o levantamento revela que a média de cobertura de abastecimento de água entre os 100 maiores municípios é de 93,91%, mas dez cidades ainda apresentam menos de 80% de cobertura. No esgotamento sanitário, a média é de 77,19%, com cidades como Santarém (PA) apresentando índices alarmantes de apenas 3,77%. Para Luana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, o estudo evidencia que o país ainda está longe de cumprir as metas de universalização, com um aumento modesto nos investimentos em saneamento nos últimos anos.