Um estudo da organização humanitária Aldeias Infantis SOS, divulgado nesta quinta-feira (30) em São Paulo, aponta que ações de fortalecimento familiar evitaram o acolhimento institucional de aproximadamente 1.200 crianças e adolescentes nos últimos quatro anos. O levantamento, que abrangeu 14 localidades em dez estados brasileiros, revelou que mais de 95% dos casos acompanhados conseguiram preservar os vínculos familiares.
O relatório intitulado "Prevenindo a Separação Familiar: a Experiência da Aldeias Infantis SOS" foi baseado em questionários aplicados a 65 profissionais da organização, além de grupos focais com cuidadores e depoimentos de especialistas de centros de referência em assistência social. A pesquisa destaca a eficácia do modelo de atuação da Aldeias Infantis SOS, que inclui escuta qualificada, apoio psicológico e articulação com serviços públicos.
A gerente Nacional de Desenvolvimento Programático da Aldeias Infantis SOS, Michéle Mansor, enfatizou que o estudo comprova que um compromisso real com o cuidado e acompanhamento contínuo reduz drasticamente as chances de afastamento das crianças de suas famílias. O documento também apresenta propostas para o poder público, como a necessidade de financiamento contínuo e melhor articulação entre serviços de assistência, saúde e educação.
O cientista social José Carlos Sturza de Moraes, responsável pelo estudo, ressaltou a importância da escuta sensível e do apoio emocional aos cuidadores, especialmente em famílias em situação de vulnerabilidade. Ele destacou que a proteção da família é um direito garantido pela Constituição Federal, e que é fundamental que o Estado e a sociedade colaborem para que as crianças se desenvolvam de maneira harmoniosa.