Um estudo publicado na revista Ornithology Research alerta para os efeitos negativos da urbanização nas aves migratórias que utilizam as praias do litoral paulista como locais de descanso e alimentação. Realizada entre 2019 e 2022 por pesquisadores da UNESP e do Instituto de Pesca de São Paulo, a pesquisa analisou 15 km de praias em Peruíbe e Itanhaém, revelando que áreas com menor interferência humana apresentam maior diversidade e abundância de aves.
O estudo, coordenado pelo professor Edison Barbieri, identificou que o turismo desordenado, a circulação de veículos e a presença de cães soltos têm contribuído para o estresse e a dispersão das aves. Entre os 23 tipos de aves observadas, 20 são migratórias, oriundas do Hemisfério Norte, e a Praia do Tanigwá se destacou como um refúgio ecológico, apresentando os maiores índices de diversidade e abundância.
Os pesquisadores destacam que a ocupação humana desordenada está expulsando as aves de áreas críticas, comprometendo seu ciclo de vida. O estudo recomenda medidas urgentes de gestão ambiental, como a criação de zonas de exclusão temporária e campanhas de educação ambiental, para mitigar os impactos da urbanização e proteger essas espécies vulneráveis.