A Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC 2025), que acontece em Toronto até o dia 31 de outubro, trouxe à tona um estudo alarmante sobre os efeitos da exposição ao chumbo na infância. A pesquisa, que analisou mais de 600 mil adultos com mais de 65 anos, concluiu que aqueles que cresceram em áreas com alta concentração de chumbo entre 1960 e 1974 apresentam um aumento de 20% no risco de desenvolver distúrbios cognitivos, incluindo problemas de memória, 50 anos após a exposição.
O chumbo, que era adicionado à gasolina para melhorar a performance dos veículos, foi banido em muitos países devido aos riscos à saúde e ao meio ambiente. No entanto, a pesquisa destaca que ainda existem fontes de contaminação, como tubulações antigas e indústrias que liberam a substância, afetando a saúde cognitiva de idosos que residem nas proximidades.
Esme Fuller-Thomson, professora da Universidade de Toronto e autora do estudo, enfatizou que, em 1976, as crianças tinham níveis de chumbo no sangue 15 vezes superiores aos de hoje. Apesar dos esforços para reduzir a exposição ao chumbo, especialistas alertam que não existem níveis seguros, com cerca de metade das crianças nos Estados Unidos apresentando traços detectáveis da substância em seus organismos. O estudo ressalta a necessidade urgente de medidas para proteger a saúde pública e prevenir doenças como o Alzheimer.