Um estudo inédito publicado na revista "Nature Medicine" aponta que fatores como poluição do ar, instabilidade política e desigualdade social aceleram o envelhecimento da população. A pesquisa, que envolveu 41 cientistas de diversas partes do mundo, analisou dados de 161.981 participantes de 40 países, incluindo o Brasil, e revelou que as condições sociais e políticas de um país têm um impacto significativo na saúde mental e física de seus cidadãos.
Os pesquisadores utilizaram modelos avançados de inteligência artificial para avaliar as diferenças de idade biocomportamentais, que medem a discrepância entre a idade real e a idade prevista com base em fatores de saúde e risco. Os resultados indicam que países da Europa e da Ásia apresentam um envelhecimento mais lento, enquanto nações como Egito e África do Sul enfrentam um envelhecimento acelerado. O Brasil, por sua vez, ocupa uma posição intermediária nesse contexto.
Os autores do estudo, incluindo professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), destacam que a qualidade do ambiente em que se vive é crucial para a saúde cerebral. Eles enfatizam a necessidade de políticas públicas que abordem as desigualdades sociais e promovam um envelhecimento mais saudável, ressaltando que a saúde da população está intrinsecamente ligada ao contexto político e econômico em que se insere.