Um estudo internacional, que envolveu a análise de dados de mais de 160 mil pessoas em 40 países, incluindo o Brasil, revelou que o envelhecimento da população é influenciado não apenas por fatores genéticos e de estilo de vida, mas também por condições ambientais e políticas. A pesquisa, publicada na revista 'Nature Medicine', contou com a participação de três cientistas brasileiros e utilizou Inteligência Artificial para aprofundar a análise dos dados.
Os pesquisadores destacam que fatores como poluição do ar e desigualdade social aceleram o processo de envelhecimento. Uma descoberta surpreendente foi a inclusão da instabilidade política como um fator de risco, que pode causar estresse crônico e impactar negativamente a saúde mental e física dos indivíduos. "A instabilidade política gera um ambiente estressor que contribui para um envelhecimento mais rápido", afirmou Wyllians Borelli, professor da UFRGS.
O estudo não classifica os países em um ranking, mas observa que europeus e asiáticos tendem a envelhecer mais lentamente, enquanto regiões como o Egito e a África do Sul apresentam um envelhecimento acelerado. No Brasil, a desigualdade educacional é apontada como um fator crucial, uma vez que a mediana de escolaridade entre os idosos é de apenas quatro anos, contrastando com os níveis mais altos observados na Europa e nos Estados Unidos. Os pesquisadores ressaltam que a educação desempenha um papel fundamental na qualidade de vida e no envelhecimento saudável da população.