Pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental e da Universidade Federal do Pará (UFPA) descobriram que a própolis produzida por abelhas sem ferrão da Amazônia, especificamente da espécie abelha-canudo (Scaptotrigona aff. postica), possui propriedades cicatrizantes e anti-inflamatórias. O estudo, que resultou no desenvolvimento de um creme à base dessa própolis, demonstrou eficácia superior em testes laboratoriais em comparação a pomadas cicatrizantes convencionais.
Os testes mostraram que o creme à base de própolis apresentou menor resposta inflamatória e melhor qualidade na regeneração dos tecidos. O engenheiro agrônomo Daniel Santiago, da Embrapa, destacou que a pesquisa se originou da necessidade de explorar mais os produtos das colmeias, além do pólen e néctar, levando à avaliação da própolis como um potencial produto comercial.
A pesquisa também contou com a participação do professor Nilton Akio Muto, da UFPA, que enfatizou a longa história do uso da própolis para tratamento de feridas entre povos indígenas. Os testes realizados em animais mostraram que a pomada de própolis promoveu uma cicatrização mais eficiente, com maior formação de fibras colágenas e desenvolvimento de tecido queratinoso, em comparação à pomada comercial. Os resultados sugerem um avanço significativo na utilização de produtos naturais para cuidados com a saúde.