Um estudo inédito realizado pelas universidades de São Paulo (USP) e Federal de Santa Catarina (UFSC) identificou a presença de arsênio e bactérias multirresistentes em ostras comercializadas no Brasil. As amostras coletadas em regiões costeiras de São Paulo, como Santos, Cananeia e Peruíbe, além de Florianópolis, foram analisadas entre 2022 e 2023.
Os resultados mostraram que os níveis de arsênio nas ostras variaram entre 0,44 e 1,95 mg/kg, superando o limite permitido pela Anvisa de 1 mg/kg. A exposição prolongada ao arsênio é associada ao desenvolvimento de câncer de pele, pulmão e bexiga. Além disso, foram detectadas cinco espécies de bactérias classificadas como prioritárias pela Organização Mundial da Saúde (OMS), incluindo cepas perigosas de Escherichia coli e Klebsiella.
Os pesquisadores ressaltam que as bactérias resistentes a antibióticos representam uma grave ameaça à saúde pública, com potencial para causar infecções difíceis de tratar. O estudo, publicado na revista Food Research International, alerta sobre os riscos do consumo de ostras cruas, enfatizando a capacidade dos moluscos de acumular metais pesados e microrganismos nocivos em seus organismos.