Pesquisadores da Universidade de Montpellier, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva e do Centro Alemão de Primatas publicaram um estudo na revista PNAS, que desafia a visão tradicional sobre a dominância de machos sobre fêmeas em sociedades de primatas. A pesquisa, que analisou o comportamento de 253 populações de 121 espécies, concluiu que a clara dominância masculina é rara, observada em apenas 25 das 151 populações estudadas.
O estudo revelou que quase metade das disputas sociais entre primatas ocorre entre machos e fêmeas, indicando que as interações de gênero são mais complexas do que se pensava. Enquanto os machos tendem a vencer em mais de 90% das disputas em algumas populações, em outras, as fêmeas demonstram dominância clara, especialmente em contextos onde a competição por recursos é intensa.
Os pesquisadores identificaram fatores que influenciam a dominância de cada sexo, como a monogamia, o tamanho semelhante entre machos e fêmeas e a alimentação arbórea, que favorecem a dominância feminina. Em contrapartida, a dominância masculina é mais comum em espécies terrestres, onde os machos possuem vantagens físicas significativas. Este estudo amplia a compreensão sobre as dinâmicas sociais entre primatas e destaca a variabilidade nas relações de poder entre os gêneros.