Um estudo publicado na revista Nature Human Behaviour, coordenado pela socióloga Wen Fan do Boston College, indica que a redução da jornada de trabalho pode trazer benefícios tanto para a saúde dos trabalhadores quanto para o desempenho das empresas. A pesquisa analisou dados de quase 3 mil funcionários de 141 empresas em seis países, incluindo Estados Unidos e Reino Unido, que adotaram a jornada de quatro dias sem redução salarial.
Os resultados mostraram uma diminuição significativa nos níveis de esgotamento físico e mental, além de melhorias na saúde geral e na satisfação no trabalho. As empresas participantes mudaram de um modelo tradicional de cinco dias úteis para uma escala de quatro dias de trabalho e três de descanso, mantendo a produtividade e os salários.
O estudo, que durou seis meses, foi realizado com a consultoria da organização 4 Day Week Global, que ajudou as empresas a reestruturar seus fluxos de trabalho. Os dados coletados foram comparados com respostas de trabalhadores de 12 empresas que desistiram de implementar o novo modelo. Os benefícios foram observados independentemente de idade, gênero ou tipo de trabalho, com supervisores relatando ganhos ainda maiores.
Embora os resultados positivos tenham sido comprovados em outros países, a proposta de jornada reduzida enfrenta resistência no Brasil. A deputada federal Erika Hilton apresentou uma PEC para extinguir a jornada 6×1 e estabelecer uma carga máxima de 36 horas semanais, mas 70% dos deputados se opõem à mudança, segundo levantamento do instituto Quaest.