Um estudo divulgado nesta segunda-feira (21 de julho de 2025) por instituições como o Barcelona Supercomputing Center, o Instituto Potsdam e o Banco Central Europeu aponta que ondas de calor, secas e chuvas intensas provocaram picos nos preços de alimentos básicos em 18 países entre 2022 e 2024. A pesquisa analisou 16 casos em que fenômenos climáticos superaram todos os registros históricos anteriores a 2020.
Os aumentos mais significativos incluem um impressionante aumento de 300% no preço do cacau, que é produzido em sua maioria por Gana e Costa do Marfim, além de um aumento de 70% no preço do repolho na Coreia do Sul e 50% no azeite de oliva na Europa. O calor recorde de fevereiro de 2024 e a seca que começou no final de 2023 foram fatores determinantes para a alta do cacau.
O estudo destaca que as famílias de baixa renda são as mais afetadas, tendo que reduzir o consumo de frutas e vegetais, que se tornaram mais caros. Os pesquisadores alertam que o problema não se limita à saúde pública, mas também impacta a economia global. Além disso, não é possível prever quais produtos serão afetados ou a magnitude dos aumentos futuros, com a tendência de agravamento caso não haja uma redução significativa nas emissões de carbono.
O relatório é publicado às vésperas da Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU, que ocorrerá em 27 de julho, onde líderes mundiais discutirão as ameaças ao sistema alimentar global.