Uma pesquisa realizada em Florianópolis, Santa Catarina, sugere que a presença de cães nas praias pode ser autorizada, desde que sejam implementadas medidas de segurança e controle. O estudo, conduzido pela médica-veterinária Carla Roberta Seára Willemann, como parte de sua dissertação de mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi divulgado recentemente e analisa os riscos sanitários associados à presença de animais nas áreas de lazer.
Apesar da proibição legal, muitos tutores levam seus cães para as praias da cidade. A pesquisa, que incluiu observações nas temporadas de primavera e verão de 2022 e 2023, concluiu que a autorização para a presença de cães deve ser condicionada a diretrizes específicas, como locais para descarte de fezes, identificação dos animais e fiscalização contínua.
Willemann destaca que a areia da praia pode ser um ambiente propício para a proliferação de parasitas, apresentando riscos à saúde pública. Estudos anteriores mencionados na dissertação identificaram 27 tipos de parasitas nas fezes de cães, sendo o Ancylostoma, causador do “bicho geográfico”, um dos mais comuns. A pesquisa também sugere que existem locais mais adequados do que as praias para a presença de cães, reforçando a necessidade de um debate mais amplo sobre o tema.
Atualmente, um projeto que visa permitir a presença de cães em praias de Florianópolis, em horários e locais específicos, está em tramitação na Câmara de Vereadores. A discussão sobre a regulamentação da presença de animais nas praias reflete uma demanda crescente por espaços públicos que atendam tanto tutores quanto as preocupações sanitárias da população.