Uma pesquisa da Universidade Federal de Goiás (UFG) analisou os efeitos dos microplásticos, novos e envelhecidos, na interação com o herbicida atrazina, amplamente utilizado na agricultura. O estudo, conduzido por Luan Gabriel Xavier de Souza no mestrado em Engenharia Ambiental e Sanitária, buscou entender como as microesferas de polietileno podem atuar como vetores para a atrazina em ambientes aquosos, facilitando o transporte de contaminantes. Os resultados permitiram classificar os efluentes em diferentes níveis de toxicidade.
O estudo também investigou o impacto dos microplásticos associados à atrazina nas raízes de alface, uma planta escolhida por sua sensibilidade a poluentes e seu ciclo de vida curto. Os resultados indicaram que microplásticos envelhecidos com atrazina inibiram a germinação da alface, evidenciando a toxicidade desses compostos. A pesquisa foi realizada em laboratório, onde os microplásticos foram envelhecidos em um reator de foto-oxidação por 120 dias, seguido de ensaios para avaliar a adsorção e dessorção da atrazina.
As análises foram realizadas em laboratórios especializados da UFG, incluindo o Laboratório de Cromatografia e Espectrometria de Massas e o Laboratório Multiusuário de Microscopia de Alta Resolução. O pesquisador destacou que a poluição por microplásticos e a crescente utilização de defensivos agrícolas aumentam a probabilidade de contaminação ambiental, alertando para os riscos associados à interação entre esses materiais e substâncias tóxicas como a atrazina.