Cientistas da NASA e da Universidade de Leeds publicaram uma nova pesquisa que revela uma correlação entre a intensidade do campo magnético da Terra e os níveis de oxigênio atmosférico ao longo dos últimos 540 milhões de anos. O estudo, realizado no Centro de Voos Espaciais Goddard, em Maryland, sugere que processos internos da Terra podem influenciar a capacidade de sustentar vida no planeta.
A pesquisa indica que a atmosfera primitiva da Terra, composta por uma mistura tóxica, começou a apresentar um aumento significativo nos níveis de oxigênio entre 2,4 bilhões e 400 milhões de anos atrás. Esse fenômeno pode ter sido impulsionado por desgasificação vulcânica ou pelo surgimento de microrganismos fotossintéticos. Os cientistas analisaram rochas antigas, como as Formações de Ferro Bandado, para deduzir os níveis históricos de oxigênio, utilizando a composição química dessas rochas como indicador.
A origem do campo magnético terrestre, que é gerado por correntes no núcleo externo da Terra, ainda é objeto de estudo. A equipe de pesquisa descobriu que os padrões de variação do campo magnético se assemelham aos dos níveis de oxigênio, levantando a hipótese de que ambos podem estar respondendo a um processo subjacente. Os pesquisadores pretendem investigar mais dados históricos para entender melhor essa relação e explorar a abundância de outros elementos químicos essenciais à vida.
O coautor do estudo, Benjamin Mills, destacou que a correlação observada pode indicar um ciclo de retroalimentação entre a vida e a atmosfera, especialmente considerando que há cerca de 300 milhões de anos, um campo magnético forte coincidiu com o surgimento das primeiras grandes florestas e um aumento na produção de oxigênio.