Um estudo realizado pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESEC) avaliou o impacto do programa Smart Sampa, que utiliza câmeras de monitoramento e vigilância nas ruas de São Paulo, e concluiu que a iniciativa é ineficaz no combate à criminalidade. A pesquisa analisou indicadores de furtos, roubos e homicídios, bem como a produtividade policial, e não encontrou alterações significativas nos índices em comparação a outras cidades do estado.
O programa, frequentemente promovido pelo prefeito Ricardo Nunes, integra câmeras da prefeitura e de estabelecimentos privados em uma vasta rede de vigilância. No entanto, os métodos de análise utilizados no estudo, como Difference-in-Differences e event-study, indicaram que não houve melhora perceptível nos índices de criminalidade nas áreas monitoradas. O CESEC destacou que a narrativa de que o Smart Sampa aumenta a segurança não se sustenta diante dos dados apresentados.
Além da falta de resultados positivos, o estudo também apontou problemas como erros de identificação e a ausência de regulação específica, levantando preocupações sobre os custos sociais do programa. O CESEC enfatizou a necessidade de reavaliar as prioridades em segurança pública, sugerindo que políticas baseadas em evidências são essenciais para garantir o respeito aos direitos fundamentais.
Em resposta, a Prefeitura de São Paulo contestou as conclusões do estudo, classificando a metodologia como inadequada e defendendo a eficácia do programa, que conta com mais de 31 mil câmeras. Segundo a administração municipal, o sistema já resultou em quase 3.000 prisões em flagrante e a captura de mais de 1.550 foragidos. A nota oficial também criticou a comparação entre a capital e cidades do interior, ressaltando as diferenças sociais e econômicas entre essas localidades.