Um estudo do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESEC) avaliou o programa Smart Sampa, que utiliza câmeras de monitoramento em São Paulo, e concluiu que a iniciativa não teve impacto significativo nos índices de segurança pública. A pesquisa analisou dados sobre furtos, roubos e homicídios, além de prisões por flagrante e mandado, e não encontrou alterações nos índices em comparação a outras cidades do estado.
O estudo utilizou metodologias rigorosas, como Difference-in-Differences e event-study, para comparar estatísticas criminais em áreas com e sem o programa. Os resultados indicaram que as dinâmicas de criminalidade nas regiões avaliadas permaneceram inalteradas, sugerindo que o reconhecimento facial tem sido mais eficaz como ferramenta de propaganda do que como política pública efetiva.
Além disso, o CESEC destacou preocupações sobre erros de identificação e a falta de regulação específica, enfatizando a necessidade de reavaliar prioridades em segurança pública. A crítica se concentra na urgência de implementar políticas baseadas em evidências, em vez de soluções tecnológicas que promovem vigilância sem resultados concretos.
Em resposta, a prefeitura de São Paulo defendeu o programa, alegando que as comparações do estudo são inadequadas e que o sistema já resultou na prisão de quase 3.000 pessoas. A administração municipal argumentou que o Smart Sampa é o maior sistema de monitoramento da América Latina, com mais de 31 mil câmeras, e que os alertas são validados por agentes humanos, garantindo a precisão das operações.