Estudantes e representantes de movimentos sociais solicitaram, durante audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, a revogação do teto do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e a implementação de uma fiscalização mais rigorosa sobre as instituições de ensino superior privadas. O evento ocorreu na terça-feira (8) e teve como objetivo discutir o crescente endividamento dos alunos e a alta taxa de evasão no ensino superior brasileiro.
O deputado Tadeu Veneri (PT-PR), autor do requerimento para a audiência, criticou as alterações realizadas no Fies em 2017, que, segundo ele, impuseram um teto ao financiamento sem limitar o valor das mensalidades, resultando em dificuldades financeiras para os estudantes. Veneri destacou que muitos alunos abandonam os cursos devido à incapacidade de arcar com os custos, que frequentemente aumentam acima da inflação.
André Gustavo Carvalho, representante do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), também se manifestou contra as mudanças de 2017 e defendeu que o Fies retome seu caráter social. Ele mencionou a criação do Fies Social, que oferece até 100% de financiamento para estudantes de baixa renda, mas ressaltou que muitos ainda enfrentam dificuldades financeiras devido ao teto do financiamento. Carvalho afirmou que o governo está buscando soluções para os problemas do Fies e a evasão escolar, mas enfatizou a necessidade de novas alterações legislativas.
João Victor da Silva, estudante de medicina e representante do Movimento Fies Sem Teto, alertou que a maioria das vagas no ensino superior é em instituições privadas, tornando o Fies essencial para o acesso à educação. Ele destacou que, sem um aumento no teto do Fies, muitos estudantes de Medicina não conseguirão continuar seus estudos e pediu por políticas assistenciais que garantam a permanência dos alunos nas universidades, além de uma fiscalização efetiva das instituições de ensino.