Os estrategistas do Bradesco BBI analisaram a recente ameaça do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Segundo o relatório assinado por Ben Laidler e sua equipe, a expectativa é de que Trump não leve a cabo essa medida de forma definitiva, seguindo um padrão de ações mais brandas do que o anunciado. A equipe acredita que o chamado "latido tarifário" será maior que a "mordida" efetiva, uma tendência que o mercado já apelidou de TACO, ou "Trump Sempre Amarela".
O relatório destaca três fatores que sustentam uma visão otimista sobre o Brasil, apesar de riscos no horizonte. Primeiramente, a economia brasileira, caracterizada por uma baixa relação entre exportações e PIB, pode se beneficiar de uma desaceleração global moderada. Em segundo lugar, o Brasil é considerado um dos mercados de ações mais baratos do mundo, com um real subvalorizado. Por último, a expectativa é de que a isenção tarifária sobre exportações de petróleo permaneça em vigor.
Entretanto, o mercado permanece cauteloso quanto à possibilidade de estagnação nos fluxos de entrada de investidores estrangeiros, que têm sido consistentes nas últimas semanas. Além disso, há incertezas sobre como as tarifas poderiam impactar as pesquisas eleitorais no Brasil, que se aproximam das eleições de 2026. Apesar disso, os estrategistas mantêm uma postura otimista, com exposição acima da média do mercado em ações brasileiras, prevendo um ciclo positivo impulsionado por mudanças nas taxas de juros e o novo ciclo eleitoral.