Uma investigação sobre um laboratório na Argentina, acusado de fabricar fentanil contaminado, revelou uma complexa rede de proteção envolvendo políticos, juízes e empresários. O caso, que ganhou notoriedade após mortes associadas ao uso do medicamento, tem como alvo o grupo liderado pelos irmãos Ariel, Damián e Diego García Furfaro, responsáveis pelos laboratórios HLB Pharma e Ramallo, além da distribuidora Alfarma, conforme reportado pelo site 'La Nación'.
As autoridades afirmam que o esquema operava por anos, evitando inspeções e garantindo contratos com o governo, facilitando desvios de medicamentos para o mercado ilegal. Ariel García, considerado o articulador do grupo, utilizava sua influência para estabelecer relações com governadores e juízes, prometendo investimentos em fábricas em diversas províncias.
A investigação também aponta para a participação da agência reguladora Anmat, com a ex-funcionária Raquel Méndez, esposa de um ex-ministro da Saúde, participando de reuniões com o grupo. Além disso, José María Olazagasti, ex-secretário de um ex-ministro, é mencionado por negociar contratos de fornecimento de medicamentos em nome dos laboratórios.
A rede de influência se estendeu até a prefeitura de José C. Paz, onde contratos públicos foram firmados com indícios de sobrepreço. A investigação também examina o desaparecimento de parte da produção de opioides, levantando suspeitas de desvio para o mercado clandestino. O grupo ainda atuava em campanhas eleitorais e financiava veículos de comunicação, ampliando sua influência na sociedade argentina.