No dia 3 de julho, a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados realizou o seminário "Lições internacionais para o currículo escolar brasileiro", solicitado pela deputada Adriana Ventura (Novo-SP). Durante o evento, especialistas expressaram preocupações sobre a construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), afirmando que a elaboração de currículos deve ser feita por profissionais qualificados e não em audiências públicas com a sociedade.
O ex-ministro de Educação e Ciência de Portugal, Nuno Crato, destacou que o desempenho dos estudantes em seu país melhorou até 2015, quando os currículos eram focados em conhecimentos específicos. Segundo ele, reformas posteriores que priorizaram o desenvolvimento de competências resultaram em queda no desempenho dos alunos. Crato defendeu a necessidade de currículos mais rigorosos e centrados em conhecimentos essenciais.
O professor Pedro Caldeira, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, criticou a BNCC, afirmando que sua extensa elaboração, com mais de 500 páginas, carece de objetividade e não foi construída por especialistas. Ele sugeriu que a responsabilidade pela elaboração dos currículos educacionais seja transferida para os estados. Paula Louzano, da Universidade Diego Portales, no Chile, complementou que o currículo chileno é definido por um conselho de especialistas, resultando em um desempenho superior dos estudantes chilenos em avaliações internacionais.
A deputada Adriana Ventura afirmou que os membros da Comissão de Educação devem considerar as opiniões dos especialistas e se comprometeu a apresentar uma fala e uma indicação com os resultados do seminário para a comissão, enfatizando a importância da reflexão sobre o tema.