A escavação de uma sepultura coletiva em Tuam, Irlanda, começou na última segunda-feira (7), após anos de investigações sobre os lares católicos para mães solteiras. A operação, que envolve uma equipe de arqueólogos forenses de diversos países, busca identificar os restos mortais de aproximadamente 800 bebês encontrados em um antigo lar administrado pela Igreja Católica, fechado em 1961.
O antigo Lar de Mães e Bebês da ordem de Bon Secours, localizado no Condado de Galway, é o foco da escavação, que é parte de um processo de reparação em um país com um histórico de abusos em instituições religiosas. O primeiro-ministro irlandês, Micheál Martin, comentou sobre a complexidade e a dor da situação, afirmando que a escavação é uma tarefa desafiadora devido à mistura dos restos mortais e à falta de documentação.
Daniel MacSweeney, responsável pela exumação, destacou que os trabalhos serão acompanhados por sobreviventes e familiares nas próximas semanas. Os restos identificados serão devolvidos às famílias, enquanto os não identificados receberão sepultamento digno. A previsão é que as escavações durem cerca de dois anos, com a participação de especialistas de países como Colômbia, Espanha, Reino Unido, Canadá, Austrália e Estados Unidos.
As investigações sobre os lares católicos começaram na década de 2010, após a descoberta de indícios de uma cova coletiva. Em 2021, uma pesquisa revelou que cerca de 9 mil crianças morreram em 18 instituições semelhantes, com as principais causas de morte sendo infecções respiratórias e gastroenterite. As freiras responsáveis pelo lar de Tuam pediram desculpas e reconheceram falhas na proteção da dignidade das mulheres e crianças sob seus cuidados.