Especialistas alertam para uma possível escassez de cobre, metal essencial para a transição energética, que pode limitar as metas climáticas globais. Segundo Rodrigo Cota, diretor do Departamento de Transformação e Tecnologia Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), a demanda por cobre deve crescer significativamente, atingindo 36,7 milhões de toneladas até 2040, um aumento de quase 40% em relação a 2024. Essa demanda é impulsionada principalmente pela eletrificação de veículos e pela expansão das redes de energia renovável.
O Brasil, que possui 11,2 milhões de toneladas em reservas conhecidas de cobre, ocupa a 12ª posição mundial na produção do metal. Em 2024, o país exportou US$ 4,16 bilhões em minérios de cobre, sendo sua segunda maior exportação mineral. No entanto, o Brasil ainda depende de importações de cobre refinado, especialmente do Chile, e enfrenta desafios logísticos e regulatórios que dificultam a expansão da produção.
A presidente da Associação Brasileira do Cobre (ABCobre), Maria Antonietta Cervetto, destaca que a abertura de novas minas é um processo demorado e complexo, podendo levar mais de uma década. Além disso, a indústria enfrenta pressões por sustentabilidade e rastreabilidade, além de uma infraestrutura precária no país. Cota ressalta que, para garantir a transição energética, é necessário um planejamento cuidadoso e a busca por novas tecnologias que reduzam a dependência do cobre.