Uma grave crise de fome se intensifica em Gaza, conforme alerta a Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar (IPC) nesta terça-feira (29). A entidade global enfatiza a necessidade urgente de cessar os combates e garantir acesso irrestrito à ajuda humanitária, sob pena de mortes em massa. O aviso surge em meio a um relatório das autoridades de saúde de Gaza, que contabiliza mais de 60.000 palestinos mortos desde o início da campanha militar israelense.
O IPC indicou que a situação pode ser formalmente classificada como fome, o que poderia aumentar a pressão sobre Israel para permitir a entrada de alimentos. A organização destacou que a desnutrição e doenças estão elevando as taxas de mortalidade relacionadas à fome, com pelo menos 147 mortes já registradas, incluindo 88 crianças, nas últimas semanas.
Apesar das pausas humanitárias anunciadas por Israel, o fluxo de alimentos continua insuficiente. Ross Smith, do Programa Mundial de Alimentos, informou que apenas 50% do que é solicitado está sendo enviado a Gaza, com cerca de 470 mil pessoas enfrentando condições críticas. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, reconheceu a dificuldade da situação, mas contestou as alegações sobre a fome, afirmando que 5.000 caminhões de ajuda foram enviados nos últimos dois meses.
O IPC reiterou que ações imediatas são essenciais para acabar com as hostilidades e permitir uma resposta humanitária eficaz. A entidade alertou que a falta de ação pode resultar em um aumento significativo no número de vítimas, destacando que a única solução para evitar mais mortes é a implementação de um acesso humanitário amplo e desimpedido.