A Enel São Paulo não cumpriu integralmente seu plano de contingência durante as fortes chuvas que atingiram a capital paulista em 11 de outubro de 2024, segundo relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) divulgado nesta segunda-feira (21). O documento aponta que a distribuidora não mobilizou o número mínimo de equipes exigido e classificou de forma equivocada o nível da crise, comprometendo a resposta à emergência.
A tempestade deixou 1.160.274 clientes sem energia elétrica. De acordo com a Matriz de Impacto vigente, um evento dessa magnitude deveria ter sido classificado como "Estado de Crise em Nível Extremo". No entanto, a Enel declarou apenas "Estado de Crise", o que pode ter impactado a gestão da crise, especialmente na mobilização de equipes, conforme destaca a auditoria da CGU.
Para situações de "Crise em Nível Extremo", o plano da Enel exigia a mobilização de pelo menos 1.266 equipes, mas apenas 560 foram acionadas no dia da tempestade. O número mínimo foi alcançado apenas três dias depois. A CGU concluiu que a empresa não cumpriu o plano de contingência, especialmente na classificação e comunicação do estado de emergência.
A Controladoria recomendou à Aneel a implementação de um procedimento específico de fiscalização para situações de emergência, visando verificar a adesão das distribuidoras aos planos de contingência. A CGU também identificou fragilidades na regulação atual, especialmente diante do aumento na frequência de eventos climáticos extremos, e sugeriu um reforço nas ações de melhoria em andamento pela Aneel.