Laura Aguiar, de 37 anos, foi diagnosticada com endometriose após dois anos de dores intensas que a levaram a buscar atendimento especializado. A condição, que afeta entre 10% e 15% das mulheres em idade reprodutiva no Brasil, é caracterizada pelo crescimento do tecido endometrial fora do útero, causando dor pélvica severa e, em muitos casos, infertilidade. Laura passou por uma cirurgia de excisão há um ano e relata que a principal mudança foi a ausência da dor, permitindo-lhe retomar uma vida normal.
A ginecologista Renata Mieko Hayashi, coordenadora da área de Saúde da Mulher do Hospital São Marcelino Champagnat, destaca que a cirurgia minimamente invasiva é o tratamento mais eficaz para a endometriose, embora a condição não tenha cura. Ela enfatiza a importância de uma equipe multidisciplinar no tratamento, que pode incluir especialistas de diversas áreas. Além da cirurgia, o uso de anticoncepcionais hormonais pode ajudar a controlar os sintomas, mas não trata a doença.
O aumento da visibilidade do tema, especialmente após a revelação da cantora Anitta sobre sua condição, tem incentivado muitas mulheres a buscarem diagnóstico e tratamento. Laura alerta que exames preventivos devem ser mais frequentemente solicitados por ginecologistas, para evitar diagnósticos tardios que podem levar a complicações e sofrimento desnecessário.