As enchentes devastadoras que atingiram o Texas Hill Country desde o feriado de 4 de julho resultaram em mais de 120 mortes e levantaram questionamentos sobre a preparação das agências federais, como o Serviço Nacional de Meteorologia (NWS) e a Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema). A Casa Branca classificou o evento como um "ato de Deus", enquanto a oposição política aponta para os cortes de pessoal promovidos pelo governo Trump como um fator que contribuiu para a tragédia.
Moradores da região relataram que foram pegos de surpresa pelas chuvas intensas e criticaram as previsões meteorológicas, que consideraram inadequadas. O NWS, que perdeu cerca de 600 funcionários em todo o país devido a cortes, contava com apenas cinco funcionários de plantão na noite em que a tempestade começou a se formar. A falta de pessoal é especialmente preocupante em áreas como Austin-San Antonio, onde seis dos 27 cargos estão vagos, incluindo o de gerente responsável por emitir alertas de emergência.
A situação na Fema é semelhante, com mais de 30% de seus funcionários demitidos ou aceitando indenizações para deixar a agência. O governador do Texas, Greg Abbott, que criticou a Fema, agora se beneficia do desbloqueio de verbas federais após a declaração de estado de emergência no condado de Kerr. Enquanto isso, a Suprema Corte permitiu que o governo prosseguisse com demissões em massa, reforçando a política de um governo federal mais enxuto e descentralizado, proposta pelo presidente Trump.
As consequências das enchentes e a resposta das agências federais estão gerando um intenso debate político, com democratas clamando por investigações sobre a gestão de desastres e a eficácia das políticas atuais. A tragédia, que afetou até um acampamento de verão, destaca a fragilidade da infraestrutura de resposta a emergências em um momento crítico para a segurança pública.