Nos últimos anos, diversas companhias de capital aberto, incluindo a brasileira Méliuz, decidiram incorporar Bitcoin (BTC) em seus caixas, uma estratégia que inicialmente gerou apreensão entre acionistas conservadores. No entanto, essa abordagem tem se mostrado vantajosa, com as dez maiores empresas detentoras de Bitcoin, agora conhecidas como Bitcoin Treasury Companies, apresentando uma valorização média de 2.817,73% desde a adoção da criptomoeda. Comparativamente, essas empresas superaram o índice Nasdaq em 5,12 vezes durante o mesmo período.
A valorização das ações é atribuída principalmente à alta do Bitcoin, que recentemente ultrapassou os US$ 123 mil, impulsionada por um ambiente macroeconômico favorável e avanços regulatórios nos Estados Unidos. Analistas destacam que essas empresas, ao aumentarem suas reservas de Bitcoin, se tornam alavancadas em relação ao preço da criptomoeda. Luiz Pedro Andrade, da Nord Investimentos, explica que a métrica de Bitcoins por ação emitida é um fator crucial para a performance dessas companhias.
O cenário atual do mercado é descrito como singular, com uma busca crescente por ativos de risco. Valter Rebelo, da Empiricus, observa que a baixa nos spreads de crédito nos EUA tem incentivado investimentos em criptomoedas e ações de maior risco. Além disso, a adoção de Bitcoin é vista como um sinal de inovação, o que pode resultar em múltiplos mais altos para as empresas que adotam essa estratégia, segundo Márlyson Silva, CEO da Transfero.
Atualmente, 155 empresas alocam parte de seus recursos em Bitcoin, totalizando 868.859 unidades, o que representa cerca de 4% do total emitido. A MicroStrategy lidera esse grupo, acumulando 607.770 Bitcoins, com um crescimento impressionante de 2.817,73% em suas ações. Outras empresas notáveis incluem a Tesla e a Coinbase, enquanto a Méliuz se destaca como a única brasileira na lista das principais detentoras de Bitcoin.