As empresas brasileiras estão cada vez mais cientes do impacto das ações trabalhistas em seus balanços financeiros, mas um novo risco, denominado 'inércia sofisticada', ainda passa despercebido por muitos. Este passivo não resulta de um aumento na litigiosidade, mas da falta de ações práticas sobre dados já existentes, comprometendo a governança da informação e a confiabilidade contábil.
Com mais de 3 milhões de novas ações trabalhistas registradas anualmente no Brasil, a má gestão das contingências não é apenas um erro operacional, mas uma distorção sistêmica que pode afetar a reputação das empresas no mercado financeiro e seu acesso ao crédito corporativo. Mesmo organizações com bom controle processual enfrentam desafios operacionais e estruturais que perpetuam a inflamação das contingências.
Fatores como a falta de comunicação entre sistemas jurídicos e contábeis, a negligência em bases de dados e a passividade de escritórios de advocacia na revisão de riscos contribuem para a manutenção de provisões desnecessárias. Essa situação resulta em balanços distorcidos e uma falsa percepção de risco, impactando decisões financeiras cruciais.
Para mitigar esses riscos, é essencial que as empresas adotem uma abordagem estratégica na gestão de contenciosos, atualizando regularmente suas provisões e garantindo que os dados sejam utilizados de forma eficaz. A responsabilidade na governança das provisões é fundamental para evitar que passivos inexistentes comprometam a saúde financeira das organizações.