Em um cenário de instabilidade econômica, as empresas estão tornando seus processos seletivos mais rigorosos, com 90% delas em busca de 'superprofissionais', ou seja, executivos altamente qualificados que possam gerar resultados imediatos. A consultora Marina Brandão, da Michael Page, destaca que a incerteza global leva as companhias a priorizarem candidatos que já tragam retorno financeiro desde o início.
Um levantamento da Michael Page, realizado no primeiro semestre de 2025, revela que a duração dos processos de contratação aumentou em 15% em comparação ao ano anterior. Os candidatos agora enfrentam múltiplas entrevistas, incluindo avaliações por recursos humanos, gestores e, em alguns casos, áreas de compliance. Stephano Dedini, diretor-executivo da consultoria, ressalta que as empresas buscam profissionais com habilidades que vão além do padrão, exigindo uma combinação de tradição e inovação.
A pesquisa também aponta que a Geração Z, que valoriza agilidade e clareza, está abandonando processos seletivos por falta de feedback, com 61% dos jovens afirmando ter desistido por essa razão. Thomas Costa, do Pandapé, alerta que os métodos tradicionais de recrutamento não atendem mais às expectativas dessa faixa etária, que busca propósito e rapidez nas contratações.
Além disso, a rigidez dos processos pode limitar a diversidade nas contratações, dificultando a inclusão de profissionais com experiências variadas. Apesar das crescentes exigências, os salários não têm acompanhado a alta na demanda por qualificações, gerando um desequilíbrio no mercado de trabalho.