Entidades e empresas dos Estados Unidos estão mobilizando esforços para convencer o governo Trump a criar uma lista de exceções à nova tarifa de 50% sobre importações brasileiras, que já está em vigor. A proposta visa isentar produtos que não têm produção significativa nos EUA, como café, manga e cacau, da sobretaxa, que pode impactar severamente o comércio bilateral.
A National Coffee Association, principal organização do setor cafeeiro americano, lidera essa articulação. Eduardo Heron, diretor técnico do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), confirmou à CNN que está em diálogo direto com importadores americanos sobre a questão. O café é o principal produto brasileiro afetado, com 76% da população dos EUA consumindo a bebida diariamente e o Brasil respondendo por cerca de 35% das importações.
Além do café, a manga e o cacau também estão na mira da proposta de isenção. A produção de manga nos EUA é mínima, com o Brasil representando cerca de 8% das importações, enquanto o cacau, um dos dez itens mais exportados pelo Brasil, teve 18% de suas exportações destinadas aos EUA entre 2020 e 2024.
Em meio a incertezas sobre a aplicação da tarifa a cargas já em trânsito, o governo brasileiro está negociando com os EUA um adiamento de 90 dias para a implementação da medida, um pedido apoiado por representantes do agronegócio e da indústria, que buscam minimizar os impactos econômicos da nova tarifa.