Empresas norte-americanas relataram ao Federal Reserve, entre junho e julho, que a escassez de mão de obra imigrante está intensificando as dificuldades causadas pelas políticas comerciais em mudança, especialmente sob a administração do presidente Donald Trump. O relatório "Livro Bege" do Fed, divulgado nesta quarta-feira, indica que a atividade econômica acelerou, mas a perspectiva permanece "neutra a ligeiramente pessimista", com empresas enfrentando pressões de custo devido ao aumento das tarifas de importação.
O documento, que se baseia em entrevistas e pesquisas realizadas até 7 de julho, revela que todos os distritos do Fed notaram os impactos das políticas comerciais, com poucos relatos de benefícios. Muitas empresas mencionaram aumentos de preços já observados ou esperados, além de uma desaceleração nos negócios. Um fabricante de metais, por exemplo, expressou preocupação com uma possível queda drástica nos volumes de negócios.
O relatório também destacou que a aplicação rigorosa das leis de imigração e as deportações estão afetando a disponibilidade de mão de obra em várias regiões. Empresas de construção e paisagismo relataram atrasos em projetos e dificuldades em atender à demanda, resultando em algumas pequenas empresas sazonais optando por não reabrir. Enquanto isso, o Fed mantém a taxa de juros entre 4,25% e 4,50%, aguardando uma resposta da economia às recentes mudanças políticas e comerciais.
Apesar de alguns sinais de arrefecimento no mercado de trabalho, como o aumento nos pedidos de auxílio-desemprego, a maioria dos formuladores de política monetária acredita que o mercado continua sólido. Eles não estão dispostos a reduzir as taxas de juros, mesmo com a expectativa de que as tarifas de importação elevem os preços nos próximos meses, potencialmente revertendo os avanços na inflação.

