As empresas listadas na B3 têm se destacado por aumentar os pagamentos de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos investidores no segundo semestre. Um levantamento da plataforma Meu Dividendo revela que, entre 2020 e 2024, os proventos distribuídos no segundo semestre foram, em média, 33% superiores aos do primeiro semestre. O ano de 2021 registrou a maior diferença, com R$ 217,5 bilhões distribuídos nos últimos seis meses, quase o dobro do total do primeiro semestre, que foi de R$ 109,7 bilhões.
Em 2022, as companhias também apresentaram resultados expressivos, com R$ 243,2 bilhões distribuídos no segundo semestre, um aumento de 61,76% em relação aos R$ 150,3 bilhões do primeiro semestre. No entanto, a tendência de crescimento não é garantida, como evidenciado em 2024, quando a distribuição no segundo semestre foi 13% inferior à do primeiro.
Analistas explicam que essa variação se deve à aprovação de distribuições adicionais após a consolidação dos resultados do primeiro semestre, além de decisões estratégicas de alocação de capital e planejamento fiscal que ocorrem no segundo semestre. Setores como energia e bancos, que apresentam receitas mais previsíveis no início do ano, costumam liberar mais recursos para acionistas no final do ano.
Entre as empresas que se destacaram na distribuição de proventos, estão Petrobras, Bradespar, Taesa, Banco do Brasil e CPFL Energia, todas com características favoráveis à geração de caixa e baixa necessidade de reinvestimento. Especialistas alertam, no entanto, que o aumento de dividendos deve ser analisado em conjunto com indicadores como dividend yield e endividamento, para garantir a sustentabilidade dos proventos no longo prazo.