As empresas brasileiras levantaram R$ 328,4 bilhões no mercado de capitais durante o primeiro semestre de 2025, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (17) pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Embora o volume tenha apresentado uma leve queda de 4,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, trata-se do segundo maior montante registrado para um primeiro semestre desde o início da série histórica, em 2012.
Os títulos de renda fixa, incluindo debêntures, CRIs e CRAs, foram responsáveis por 92% do total captado. Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima, destacou que manter o ritmo de captações observado em 2024 será desafiador, dado que o ano passado ofereceu condições favoráveis para emissões, levando muitas empresas a anteciparem o pagamento de dívidas.
Um aspecto positivo foi o crescimento de 22,6% nas negociações de debêntures no mercado secundário, que agora supera o volume do mercado primário. As debêntures captaram R$ 192,68 bilhões, embora tenha havido uma queda em relação aos R$ 206,74 bilhões do ano passado, com os papéis incentivados atingindo um recorde de R$ 74,5 bilhões, representando 39% das captações.
Os Fundos Imobiliários, por outro lado, captaram R$ 20,64 bilhões, uma queda de 24,6% em relação ao primeiro semestre de 2024. Maranhão atribui o desempenho modesto a um “decréscimo natural” em um cenário de juros altos, enquanto as expectativas para o segundo semestre incluem uma possível corrida por captações, dependendo da aprovação de uma Medida Provisória que prevê a tributação de 5% em ativos incentivados.